quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pré viagem Jaguariúna - Parte 1/4

Ficha Técnica

Meio de transporte: a pé                                            Participantes: Vìtor e Samuel
Saída: 04/06/2011 às 10:30                                       Retorno: 07/06/2011 às 13:40           
Destino (ao sair de casa): Jaguariúna                        Destino (imprevisto): Amparo
Dinheiro ao sair: R$ 5,50                                          Dinheiro ao voltar: R$ 5,50
km esperados: +-65                                                   km rodados: +-106
Alimentos ao sair: 10 bolachas, 7 laranjas e 4 maçãs
Alimentos ao voltar: 8 bolachas, ½ marmita e 7 abacates
Filmadora: Handcam MiniDV Canon                       Fotográfica: D70
Bagagem: 1 Bicicleta, cobertores, pouca roupa, lanterna, malabares e barraca




Dia 1 (04/06/2011)

O primeiro dia de pré viagem foi, como esperado, o de maior ansiedade e ânimo – não que os outros dias tenham sido desanimados – mesmo acordando às cinco da manhã. A ideia inicial era sair às quatro, mas mudamos devido ao cansaço, pensando em um maior rendimento. Acabamos, por estar preparando as coisas e fazendo as primeiras filmagens, saindo às dez e meia, saindo totalmente do esperado. Por causa disso, chegamos em Jaguariúna já de noite r isso nos custou algumas dificuldades.
            Saímos e resolvemos seguir o que o Google mandou, mas poderíamos ter feito um caminho mais curto. Ficou decidido que o faríamos na volta, mas acabamos descobrindo um melhor. Saímos e não paramos nenhuma vez por cansaço, mas paramos para pegar a mochila que havia caído (buzina salvadora) e para fazer mais filmagens e fotografias. A buzina salvadora me fez refletir e resolvi acenar com um jóia a cada buzinada que a gente levasse... Foram muitas. Algumas maldosas, mas a maioria acho que era de apoio ou por achar graça dos dois andando com uma só bicicleta, um ao lado do outro. Revezavamos quem segurava a magrela.


            Na primeira placa para Jaguariúna veio o entusiasmo. Paramos para filmar e um caminhoneiro veio perguntar como chegar em Jaguariúna. Pra sorte dele aquele dia eu sabia. Mais tarde outras pessoas pediram a mesma informação. Mudamos de estrada, saindo do Tapetão e indo para a D. Pedro. Mais uma vez mudada a estrada a referência era entrar depois do terceiro rio à direita, na Rodovia João Beira. 


            O primeiro rio chegou rápido. À primeira vista pareceu mais um rio poluído, mas logo percebemos algo que eu não imaginava existir tão próximo de Campinas: tartarugas. Acho que tartaruga de água doce tem outro nome, mas o que importa era ela estar ali. Na parada para tirar uma foto vimos mais uma subindo para pegar um arzinho e resolvemos descer perto do rio pra tentar uma foto melhor. Não conseguimos, e quando eu estava quase tirando o Samuel assustou a que estava em seu banho de sol.
            Depois da tartaruga seguimos viagem. Alguns minutos depois passamos por uma ponte e vimos uma barraquinha de lanches e água de coco. Insisti para que fossemos tentar a sorte pedindo algum lanche, mas o Samuel não queria. Decidi ir. Pedi um lanche ao dono, que disse à menininha – que devia ser sua filha – que me desse dois salgadinhos. Enganada, ela entregou dois salgados deliciosos, que comemos com muito gosto. Agradeci e seguimos viagem.
            O segundo rio não chegava nunca, assim como o fim de Campinas. A cidade acabou só depois de uns 20km já andados, junto ao segundo rio, o Rio Atibaia. Quando chegamos nele o dia já estava perto do fim, com o sol quase se pondo, mas deu tempo de mais umas imagens. Mais alguns minutos e estávamos no terceiro rio, o Rio Jaguari. Ele anunciava a proximidade com Jaguariúna, mesmo tendo errado a saída e entrando mais tarde, uns 2km depois do esperado. 


            A última placa entusiasmava, mas dentro da cidade a alegria foi diminuindo. Na verdade não tanto, porque os imprevistos eram esperados e aumentaram o aprendizado, mas no momento a sensação não foi tão boa. Entramos já com a cidade escura e isso nos fez não ver muitas possibilidades de lugares para dormir. Depois de parar no “Supermecado Makim” e conseguirmos um pão e uma coca de 250ml cada, procuramos as alternativas de pernoite que disseram ser a mais fáceis: igrejas, mas descobrimos que isso não funciona muito bem com as pequenas e em uma cidade pequena, que tem a tendência de expulsar pessoas de fora que não têm onde dormir.
            Não que elas precisem nos acolher, mas deixar que a gente se vire é uma boa ideia. Em uma das igrejas que pedimos, recomendaram ligar ao SOS Cidadão. Fizemos, achando que permitiriam que a gente dormisse em um terreno vazio que o próprio responsável pela igreja recomendou. Ao invés disso, chamaram uma assistente social. A príncipio ela parecia realmente querer ajudar, mas em pouco tempo deu pra ver que ela queria se livrar de nós e de qualquer responsabilidade sobre nossas possíveis mortes naquela cidade perigosa que ela dizia ser. A sugestão era ir para Pedreira ou passar a noite em uma casa de recuperação de drogados em um bairro perigoso, no qual só poderíamos sair de manhã e apressadamente para não sermos vistos.
            Dissemos que íamos para Pedreira e ficamos por lá mesmo. Pensamos em vários locais, mas acabamos dormindo na rodoviária. 


            QUE FRIO!! A rodoviária era aberta e ventava muito. Achamos que estavámos sentindo frio por causa da sensação que o vento trazia e que quando deitássemos iríamos acostumar. Mas não! Naquela noite a temperatura foi de 9ºC, segundo o que ficamos sabendo no dia seguinte. Foi o maior frio que já senti – até agora – e não foi nada bom. Além de tudo, estávamos deitados num banco de concreto geladíssimo e revezamos quem iria dormir. Depois que acordamos ainda trememos por vários minutos antes de voltar ao normal.
            Durante meu tempo acordado eu li um capítulo do livro “História da Televisão no Brasil” que preciso acabar de ler até às 14h de hoje para a prova. Deveria estar lendo, enquanto digito este post, mas o 4x4 está valendo e é bom escrever tudo antes que eu esqueça algo. Além do livro eu tentei dar uma ajudinha pra um cachorro que estava no banco de fora, passando mais frio que eu. Ele não descia do banco e parecia ter muito medo de mim. Achei que ele tivesse sido muito mal tratado durante a vida e senti um pouco de pena. Tentei dar algo pra ele comer, mas ele não quis e também não saía do banco pra pegar menos vento la dentro. Acabei entrando por causa do frio. Ele pareceu ficar melhor. No dia seguinte ele estava brincando com um meninho. Bem mais feliz.

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